sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Sucre y enfermedad

Do sal dos desertos ao calor das termas ao frio duma cidade a mais de 4 mil metros, em algum lugar neste difícil trecho de viagem adoecí... Cheguei sentindo-me fugido a Sucre, que se diz capital de uma Bolívia que não é nem Camba como Santa Cruz mas também ainda não é Colla como La Paz... Naquela primeira noite em Sucre já sentia tanta dor que não conseguia dormir após 3.30, liguei para os meus pais e entrei com Avalox. Não há Novalgina que aguente...

Sucre foi então curtamente sofrida, apesar de ser em geral uma cidade até boazinha, cheia de chocolaterias e pracinhas tranquilas. Vimos um lindo museu de arte indígena, isso sim valeu a pena, sendo que não estavamos com tempo ou disposição para quedar o suficiente na região e passar uns dias no campo. Um verdadeiro renacimento é proclamado e exposto na história dos últimos trinta anos quando artesãs começaram a receber apoio para seu trabalho através de uma ONG e grupos acadêmicos. Trabalho de tear como nunca havia visto antes - indescritível.

Também assistimos a um forte filme sobre trabalho infantil no Cerro Rico, que se passa até mesmo na exata mina em que estávamos dois dias antes em Potosí. Chama-se "The Devil's Miner" e recomendo para quem não terá logo a oportunidade de conhecer Potosí em pessoa. Pena que o documentário não demonstra a espessura do sofrimento, foca na vida de uma família, e assim perde de vista a pluralidade de mineiros embriagados pelas ruas assim que terminam sua mita diária ao Diabo.

Comemos, lavamos roupa, e comprei alguns regalos... Foi uma fraca despedida da companheira de viagem Élisabeth, estando doente, distraido, fraco, sem nenhum fogo de vida. Gostaria de mais tempo, enstando saudável, em Sucre. Há muito lá da história da independência. Mas, já quando saia de lá só queria casa, cama, os lábios cheios de uma mulher que pudesse cuidar de mim quando mal assim, um chazinho dos bons... Pensava, logo isso, logo aquilo, mas ainda faltava um pouco mais de Bolivia.

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