domingo, 11 de abril de 2010

"Na estrada" nao esta com nada...

Fui e voltei a East Bay, coloquei metade de minhas coisas (livros, algumas roupas e coisas de cosinha) em um predio de deposito, abri uma caixa postal, uma conta na cooperativa de credito de Berkeley, e troquei minha carteira de motorista do Colorado para a California. Visitei algumas antigas amizades dos anos de faculdade, e conheci melhor os bairros entre Oakland e Berkeley, aonde vou morar por uns tempos a partir de agosto. Foi uma boa viagem (ou seria com j?).

Viajei com meu amigo Ryan, que esta tambem muito animado querendo se mudar para Oakland.Quem sabe. Mas enquanto estavamos na estrada, fui ler "On the road" por Jack Karouac, de que tantos haviam me falado e mais recentemente - em meus tempos de viagem, isso e - tenho ouvido falar ainda mais. Nao terminei o livro, nem sei se quero terminar. Achei chato, que em ingles se diz mais especificamente 'boring' (por que 'chato' tambem vem de 'chatear', que seria mais como 'annoy' que 'bore').

Sim, existe algo animado, excitante, impulsivo sobre viajar de pontas a pontas sem lugar nenhum a chegar, o caminho como destino. Mas no livro, os personagens e especialmente o protagonista levam uma atitude na qual se chateam rapidamente de todos lugares e companias, seguem as cegas e so se divertem com o tentar-chegar-em-algum-outro-lugar-que-parece-bom-agora-mas-certamente-sera-uma-bosta-quando-la-eu-estiver... Seria, se terminasse assim como segue, e seguiu em autoria e vida o tal Jack, uma melodia odiosa ao tedio de uma geracao perdida - BEAT em ingles quer dizer tanto 'ritimo', levando a mente a melodia poetica de uma geracao 'chic' em cafes e desapegada ao mundinho mediocre da maioria, quanto quer dizer 'DERROTADA', como a geracao derrotada, mesmo apos a dita vitoria da segunda guerra mundial, nos anos dourados do estilo de vida Estadunidense antes do caos dos anos 60 e 70. Seguem nessa geracao uma juventude perdida -por escolha-, com a educacao paga pelo Estado devido ao seu servico militar na guerra, com pensao de veterano de guerra, e curtindo meramente a vagabundagen com gente proletaria mesmo que ja sofria essa vida (nao escolhia) des da Depressao duas decadas antes, e ainda segue errante por um mundo cruel. E la, no meio disso tudo, embriagado, com um sorriso mediocre de sarcasmo de quem ainda iria escrever um livro em grande parte sobre 'meditar nas montanhas' poeticamente - esta o protagonista de um tal de Jack.

Largando esse livro voltei para o Colorado, nao medito (mesmo que tome tempo para mim mesmo como necessito) mas tomo ultimos preparos para seguir viagem - sei o que fazer essa semana ainda, sou poucas coisas e tenho um sentimento de ferias ainda, vendo pessoas que amo em um lugar lindo, para o qual nao volto mais em previsao. De la, sei exatamente para onde vou, e sei que vou passar por muitos mais lugares que nem sequer posso imaginar - mas sei aonde vou parar. Controlo a 'mira' de minha vida, e isso sim e' bom saber, e' bom sentir, e' suficiente para retirar a chateacao/boredom da vida que vivo enquanto sigo estes meus objetivos, seja enquanto estive aonde logo estarei de vez, seja agora enquanto estou aonde nao mais estarei, seja em seguida de volta em nossa terrinha aonde sempre retornarei enquanto ainda sigo viagem.

Saquei dois livros no correio hoje, algo bom de ler, entrando novamente em ritimo de pos, lendo para me divertir coisas de gente com quem tenho aula :P um 'classico' do Alain de Janvry sobre agricultura e campesinato Latino Americano, e um livro de Richard Walker sobre o agronegocio na California. Logo, a estrada estara por tras de vez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário